Com Solistas, Coro de Câmara e Coro Sinfônico da Associação de Canto

O Programa:

Parte I

Coro de Câmara

  • Domine tu mihi lavas pedes – Pe. José Maurício Nunes Garcia
  • If ye love me – Thomas Tallis
  • Popule Meus - Pe. José Maurício Nunes Garcia
  • Ave Maria – Jacob Handl (Gallus) - atribuído à Thomas Luís de Victoria
  • Sepulto Domino - Pe. José Maurício Nunes Garcia
  • Oração – Aricó Junior – Letra do Padre José de Anchieta

Regente

Rafael Caldas

Parte II

Solistas e Coro Sinfônico da Associação de Canto Coral:

  • Vésperas do Sábado Santo – Manoel Dias de Oliveira (1734 - 1813)
  • Matinas da Ressurreição, CPM 200, José Maurício Nunes Garcia (1767 – 1830)

Solistas:

  • Michele Ramos, soprano;
  • Lara Cavalcanti, mezzo-soprano;
  • Jacques Rocha, tenor;
  • Ciro D’Araújo, barítono

Regente:

Jésus Figueiredo

Sobre o programa

Além de contarmos com diversos compositores na primeira parte com o Coro de Câmara, devemos destacar neste programa o Padre José Maurício Nunes Garcia e sua Matinas da Ressurreição.

A fundadora da ACC, Cleofe Person de Mattos, dedicou parte de sua vida à pesquisa de obras de compositores do passado musical brasileiro, muitos deles até então, praticamente desconhecidos. Aos poucos, ela foi concentrando seu trabalho especialmente nas obras do Padre José Maurício Nunes Garcia, que é hoje, muito devido ao esforço da maestrina, reconhecido e considerado por muitos estudiosos o principal compositor do período colonial brasileiro pelo conjunto de sua obra.

Por isso, tornou-se também papel da nossa instituição a difusão do resultado dessas pesquisas, principalmente através da organização e realizações de concertos, inclusive, de primeiras audições contemporâneas das obras pesquisadas. Que é caso das Matinas da Ressurreição, conservada no nosso arquivo, resgatada e reeditada por um dos apoiadores e parceiro da ACC, Antônio Campos Monteiro Neto, e que teremos agora neste mês de abril a oportunidade de executá-la numa provável estreia contemporânea.

O compositor homenageado: José Maurício Nunes Garcia

José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) foi padre, nascido na cidade do Rio de Janeiro, compositor sacro, nomeado Mestre de Capela da Antiga Catedral da Sé em 1798, e em 1808, com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, foi escolhido pelo próprio D. João VI para a ser o Mestre da Real Capela, maior cargo para um músico brasileiro naquela época.

O Padre Mestre era mulato, filho de um escravo alforriado e uma mestiça, e apesar de todo seu reconhecido talento, não se tornou imune aos preconceitos étnicos da época. Ainda jovem demonstrou vocação pela música, estudando teoria musical, tocava vários instrumentos e se apresentava em festas familiares. Em 1792 ordenou-se padre, depois de uma considerável batalha para superar os "problemas" da cor. Mas, não demorou muito a sofrer séria perseguição por partes de músicos e compositores que vinham nele um grande competidor. Estas perseguições, segundo alguns de seus biógrafos, acabaram levando ao afastamento de seu cargo como Mestre da Real Capela. E José Maurício passou a receber então de D. João VI, durante anos, uma pensão, que foi suspensa em 1822, após a Proclamação da Independência.

Padre José Maurício fundou também um curso de música que funcionou durante vinte e oito anos na Rua das Marreca, mesma rua onde está hoje a Sede própria da Associação de Canto Coral. Seus alunos mais ilustres foram D. Pedro I e Francisco Manuel da Silva, compositor da música do Hino Nacional Brasileiro.

Associação de Canto Coral

A Associação de Canto Coral foi criada em dezembro de 1941, tendo como patrono musical o compositor Heitor Villa-Lobos e como diretora artística a maestrina Cleofe Person de Mattos. Seu objetivo é divulgar o patrimônio musical brasileiro através de concertos no Brasil e no exterior, e de gravações das principais obras corais à capela ou acompanhadas por orquestra, principalmente daquelas do período colonial brasileiro. Até a presente data, a Associação de Canto Coral já realizou mais de 750 concertos e dezenas de gravações.

Entre 1995 a 2012, a instituição esteve sob a direção artística e musical do Maestro Carlos Alberto Figueiredo e da Mestrina Valéria Matos, e desde 2013, o Maestro Jésus Figueiredo é o seu Diretor Musical, e Pedro Olivero, cantor e Baixo integrante dos Corpos Artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o atual Presidente.

A Associação já atuou com grandes orquestras, sob a regência de maestros internacionais como: Igor Strawinsky, Karl Richter, Victor Tevah, Sir Colin Daves, Helmuth Rilling, Jacques Pernoo; e maestros brasileiros como: Villa-Lobos, Camargo Guarniere, Francisco Mignone, Isaac Karabtchevsky, Alceo Bocchino, Benito Juarez e Henrique Morelenbaum. Sua numerosa discografia inclui autores nacionais como José Maurício Nunes Garcia e os setecentistas mineiros; os nacionalistas Villa Lobos, Francisco Mignone, Brasílio Itiberê e Camargo Guarnieri; e os contemporâneos Almeida Prado, Ricardo Tacuchian e Marlos Nobre.

A Associação de Canto Coral é uma instituição sem fins lucrativos e reconhecida como órgão de Utilidade Pública Estadual e Municipal. Além disso, não conta com subvenção de nenhum órgão público, e por essa razão se mantém pela contribuição de sócios e pelo eventual apoio de empresas privadas.

Local

Teatro Municipal Gonzaguinha

Rua Benedito Hipólito, 125
Praça Onze
Rio de Janeiro-RJ
20211-130
Brasil

Telefones
(21) 2503-4622
Associação de Canto Coral